As informações que entornam o mercado imobiliário cada vez mais precisam ser interpretadas sob inúmeros pontos de vista além dos já propagados impactos da valorização mercadológica e da alteração na qualidade de vida da população residente. Tantas outras variáveis influenciam decisivamente o futuro da região metropolitana de João Pessoa, de modo que poderemos, em breve tempo, comemorar ainda mais avanços econômicos em função da sequente pujança do turismo e da construção civil, mas, por outra banda, estar sofrendo indesejados reveses diante da ausência de políticas de planejamento e ações contínuas.
Preocupações como estas são, novamente, repercutidas neste espaço, ressaltando que não se trata de um pensamento negativista, mas sim dentro de uma realidade e dever de consciência, com o fito de observarmos sempre com o viés da longevidade e da sustentabilidade a região que é porta de entrada da Paraíba e do Nordeste central. Um detalhe a parte é que João Pessoa já está batendo a casa dos 900 mil habitantes e, quando somado às demais cidades da zona metropolitana, ultrapassa um milhão de pessoas residentes, sem contar o período que marca o ponto alto de adensamento populacional, as férias de verão.
Importante ressaltar que a essencialidade do tema mais uma vez envolve o poder público como mola receptora de demandas e intermediadora de soluções, a partir de uma equipe técnica multidisciplinar que, associada com as entidades representativas da iniciativa privada, possam dar uma adequada vazão às necessidades. Um dado concreto, como exemplo, diz respeito ao fato de que na capital paraibana e na vizinha Cabedelo, mais precisamente nos bairros da orla, existem mais de trezentos empreendimentos verticais lançados ou em construção, prevendo um cenário futuro de adensamento inimaginável há uma década atrás, além de representar um número exponencialmente maior do que os apresentados pelo mercado imobiliário em capitais como Campo Grande (MS) e Goiânia (GO), que somadas não atingem duzentos empreendimentos.
Nesse sentido, a atenção reside no sentido de entender como estão sendo pensadas as cidades da zona metropolitana de João Pessoa no tocante a temas fundamentais como mobilidade urbana e segurança pública. Soluções como pequenos elevados e túnéis são emergenciais para que tenhamos um trânsito mais fluido, assim como o monitoramento por câmeras das principais vias, praças e calçadões, já deveriam ser uma realidade constatada e enaltecida pelos turistas e novos residentes, gerando uma imagem coadunada com a proposta de tranquilidade vendida como diferencial de João Pessoa. Não adianta apenas registrar a imagem e não ter a base de monitoramento que requer a ação policial quando da identificação de eventuais sinistros.
A conexão dos temas com o futuro das cidades se confirma pelo fato de os mercados turísticos e imobiliário terem suas razões de existir nas pessoas, e por elas e para elas devem ser conceituados. Diante disso, sem segurança e mobilidade não mais existirá paz social e, por consequência, não sobreviverão tais mercados. Por outro lado, com planejamento estratégico, organização, critério, investimento e responsabilidade, é certo que a Paraíba permanecerá, em associação com a iniciativa privada, progredindo economicamente e se consolidando como destino turístico e polo de atração de novos investimentos para o mercado imobiliário.