Economizar é uma prioridade para muitos brasileiros, e de acordo com um estudo realizado pelo QuintoAndar em parceria com o Datafolha, 65% dos 2.005 entrevistados já desistiram de fechar um contrato por medo de fazer um mau negócio. Embora essa situação possa parecer desafiadora, existem fatores práticos que podem ajudar a avaliar se o preço de um imóvel está compatível com o mercado.
Embora fatores emocionais, como o apego ao imóvel, influenciem a decisão de compra, é essencial considerar aspectos como localização, qualidade dos acabamentos e o contexto geral do imóvel. “É necessário ter conhecimento sobre o bem e acesso a dados confiáveis para tomar uma decisão informada”, afirma Luiz Coelho da Fonseca, Diretor da Coelho da Fonseca.
Confira os principais fatores que os especialistas recomendam observar:
1. Localização
A localização é o fator mais determinante na precificação de um imóvel. Clóvis Albuquerque, diretor comercial da Procave, destaca que a infraestrutura ao redor do imóvel, a proximidade de comércios, escolas, áreas de lazer e projetos futuros na região agregam valor. Além disso, a escassez de terrenos e a alta demanda imobiliária também influenciam os preços. “Dois apartamentos no mesmo prédio, sendo um com vista para o mar e o outro sem, terão preços diferentes”, explica Albuquerque.
2. Arquitetura
A assinatura de arquitetos renomados, a qualidade do paisagismo e itens exclusivos podem agregar valor ao imóvel. Empreendimentos com áreas privativas amplas e mobiliário de alta qualidade, além de infraestrutura de lazer inovadora, tendem a ser mais valorizados. “No mercado de luxo, os compradores buscam privacidade, conforto e uma experiência personalizada”, complementa Albuquerque.
3. Características físicas
O valor do imóvel também depende de seu estado de conservação e das modificações necessárias. É importante observar o estado geral, os acabamentos, a incidência de luz natural, o tamanho do terreno, o paisagismo e a altura do pé-direito, entre outros aspectos, como indica Fonseca.
4. Potencial de Valorização
Investidores frequentemente analisam o potencial de valorização do imóvel. A recomendação é acompanhar dados históricos de valorização da região, como os relatórios do QuintoAndar e FipeZAP, que trazem informações sobre o preço do metro quadrado e tendências de valorização. “Observar o histórico de movimentos do mercado e projeções futuras é essencial”, afirma Fonseca.
5. Cenário Econômico
É crucial levar em conta o contexto econômico, como a oferta de imóveis, a inflação e o cenário político, ao avaliar o preço de um imóvel. Por exemplo, durante a pandemia de 2020, a queda nos juros aumentou a demanda e elevou os preços dos imóveis. No entanto, com a alta contínua da Selic, o segmento de imóveis de médio padrão encontra dificuldades, refletindo em uma maior oportunidade de negociação para os compradores. Dados da consultoria Brain mostram que a participação de imóveis vendidos para a classe média caiu de 62% para 58% em 2024, comparado a 2023.
Em um cenário mais propício para negociações, a diferença entre o preço anunciado e o valor final do contrato pode ser significativa. Segundo o Relatório de Compra e Venda do QuintoAndar, no terceiro trimestre de 2024, a média de diferença foi de R$ 384 por metro quadrado. Com isso, imóveis de 80 m² poderiam ter descontos de mais de R$ 30 mil para quem souber negociar.
Fonte: Estadão
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