São Paulo foi sede na última semana do CIMI 360 – Congresso Internacional do Mercado Imobiliário, evento no qual milhares de Corretores de Imóveis do Brasil e de outros países tiveram a oportunidade de interagir e compreender conceitos e tendências do setor. Entre as centenas de oficinas temáticas ministradas, a que tratou de cohousing e de coliving despertou particular interesse, considerando se tratar de tipologia imobiliária que ganha corpo no mundo inteiro.
Nessa coluna vamos nos ater ao cohousing, um conceito voltado para um estilo de vida onde um grupo de pessoas com objetivos próprios resolve viver de forma comunitária, em área residencial compartilhada, mas com moradias independentes. A tendência envolve a integração de espaços comuns e a gestão colaborativa entre os residentes, criando um ambiente mais próximo e sustentável. O cohousing é caracterizado ainda pelo fato de cada família ou indivíduo possuir a sua própria casa ou apartamento, garantindo relativa privacidade.No tocante aos espaços compartilhados, como cozinhas comunitárias, áreas de lazer, lavanderias, jardins, entre outros, são utilizados de maneira coletiva como forma de estimular o convívio social.
Em relação as decisões, não há a figura do síndico condutor da gestão condominial. Os moradores se reúnem num modelo de administração colaborativa, tomando decisões conjuntas sobre os interesses da comunidade, sobre a manutenção dos espaços comuns e até sobre o planejamento das atividades sociais. A maior parte dos projetos de cohousing são concebidos para serem ecologicamente sustentáveis, com práticas de uso eficiente de recursos e redução de desperdícios. Baseia-se ainda na formatação de uma rede de apoio social mais próxima, capaz de promover o convívio e a conexão permanente entre os moradores.
O cohousing é mais popular nos países europeus e nos Estados Unidos, mas está crescendo em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil, como alternativa às formas de moradias mais tradicionais, oferecendo um maior senso de coletividade e qualidade de vida, se tornando ainda uma opção especialmente atrativa para o público acima de cinquenta anos, geração marcada por um maior senso de pertencimento e interação social. Nos empreendimentos do tipo o convívio diário e a cooperação entre os moradores ajudam a combater o isolamento social, fato bastante comum nessa fase da vida, contribuindo sobremaneira para a preservação da saúde mental.
O estilo de vida proposto aos que residem em cohousing convida à ajuda mútua nas atividades cotidianas, criando uma rede de apoio essencial para facilitar o envelhecimento de maneira mais independente e colaborativa, adotando, ademais, um estilo de vida mais saudável e ativo por meio da promoção do bem-estar físico e mental. O fato é que muitos adultos maduros estão interessados em viver de forma mais simples e sustentável, algo que o cohousing favorece através do uso eficiente de recursos e espaços. O modelo não deve ser confundido com asilo ou casa de repouso, até porque as pessoas detêm total autonomia e controle sobre suas vidas enquanto residentes. Não restam dúvidas que muito ainda será propagado sobre a forma mais integrada de se viver, especialmente num tempo em que a longevidade se reafirma em consonância com o avanço da tecnologia e da ciência no campo da saúde.
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