Dia Mundial do Chocolate: afinal, por que o preço está tão alto? E quando vai cair?

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Produção global ficou aquém da demanda por 3 anos seguidos, porém agora o cenário é mais favorável para a próxima safra. No Brasil, produto ficou 36% mais caro desde 2020.

Neste domingo, se comemora o Dia Mundial do Chocolate. Mas, para os amantes da iguaria, o sabor pode ser um pouco amargo demais este ano. Afinal, os preços de chocolate não param de subir no mundo inteiro. Este ano, a cotação internacional do cacau atingiu o recorde de US$ 10 mil por tonelada na Bolsa de Nova York. Por aqui, nos supermercados do Brasil, o preço do chocolate subiu nada menos do que 36% desde 2020.

A alta é reflexo direto de uma sucessão de safras aquém do esperado nos principais produtores globais de cacau. Foram três anos seguidos nos quais a produção de cacau ficou aquém da demanda – queimando os estoques do produto e levando os preços à estratosfera. Um clima adverso e doenças devastadoras atingiram plantações na África Ocidental, sobretudo na Costa do Marfim e em Gana, os dois maiores produtores globais de cacau nos últimos anos. Na safra atual, segundo projeções da Organização Internacional do Cacau, houve um déficit global de 439 mil toneladas – ou seja, esse foi o quanto a demanda superou a produção no mundo inteiro.

Cenário favorável

Mas, agora, as estimativas são mais favoráveis. A corretora de commodities agrícolas Marex Group prevê que a produção de cacau vá superar a demanda em 303 mil toneladas na próxima temporada de 2024-25, que começa em outubro. Seria o primeiro ano de superávit após três déficits seguidos. “A nova safra está se desenvolvendo com força”, afirma Jonathan Parkman, chefe de vendas agrícolas da Marex. O clima mais úmido na África Ocidental já ajudou a reduzir os preços do cacau. Os contratos futuros em Nova York recuaram mais de 30% desde o pico observado em abril. Mas os preços ainda estão cerca de 85% mais altos em 2024.

Chocolate sustentável

A demanda por cacau também deve ser fraca nos próximos meses, segundo as previsões da Marex. “O principal efeito dos preços extremamente altos do cacau se manifestará na menor demanda nos próximos seis meses”, disse Parkman. Ou seja, se depender do cenário internacional, os preços do cacau – e, por tabela, do chocolate – devem dar ficar mais doces e suaves para o brasileiro nos próximos meses.

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