CEOs criam ‘salas de guerra’ e linhas diretas para lidar com ordens executivas de Trump, diz jornal

Empresas adotam estratégias de emergência para interpretar mudanças nas políticas de imigração, tarifas e impostos

47
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, prometeu usar tarifas contra países como a China — Foto: Eric Lee/The New York Times

O início do segundo mandato de foi marcado por ordens executivas que trouxeram reflexos imediatos para o setor empresarial dos Estados Unidos. Empresas passaram a adotar diferentes estratégias para lidar com mudanças em políticas de imigração, comércio, impostos e energia, segundo o Wall Street Journal.

O J.P. Morgan Chase, maior banco dos EUA, criou uma “sala de guerra”, segundo o jornal, para analisar os impactos das políticas. Ao mesmo tempo, fabricantes e varejistas mobilizaram equipes para amenizar os impactos de novas tarifas potenciais.

O escritório de advocacia Akin Gump Strauss Hauer & Feld lançou até um rastreador de ordens executivas de Trump. Até terça-feira, o escritório já havia publicado 32 postagens resumindo as ordens e memorandos mais importantes.

Ordens executivas que alteram regras tributárias estão entre as acompanhadas com lupa, especialmente por empresas como a 3M, fabricante americana de produtos como fitas adesivas e materiais para baterias de veículos elétricos. Segundo o WSJ, a fabricante têm monitorado de perto a ameaça de novas políticas tarifárias.

O CEO da companhia, Bill Brown, disse que as operações da 3M nos EUA podem ser ajustadas para mitigar eventuais impactos de uma tributação de 25% sobre importações do México e Canadá.

Outro ponto de atenção citado na reportagem é a abordagem de confronto do governo Trump nas negociações tributárias globais e as ameaças de retaliação contra impostos estrangeiros que forem considerados injustos. Em 2021, 140 países acordaram um piso para as alíquotas corporativas e a criação de regras mais claras sobre a tributação de multinacionais.

No dia em que tomou posse, Trump assinou um memorando declarando que os compromissos do governo Biden no acordo não têm força dentro dos EUA sem aprovação do Congresso e pediu para que autoridades estudem possíveis ações do país.

Especialistas ouvidos pelo WSJ indicam desafios inéditos para multinacionais. Rohit Kumar, da PwC, disse ao jornal britânico que acordou na terça-feira com dezenas de e-mails de executivos com dúvidas. Ele prevê que as novas políticas gerem uma “tonelada de complexidade” para as multinacionais, com risco de dupla tributação em muitos casos.

Mary Erdoes, alta executiva do J.P. Morgan, disse no Fórum Econômico Mundial em Davos que a “sala de guerra” para analisar as novas políticas reflete a necessidade de respostas rápidas diante da imprevisibilidade.

Receba todas as notícias do Paraíba Business no WhatsApp

Artigo anteriorLula diz que governador de Minas deveria dar um ‘prêmio’ a ele por proposta que renegocia dívidas dos estados
Próximo artigoGoverno diz que suspensão de carregamento de soja para China envolve cinco empresas e será resolvida em breve