Após o impacto negativo da pandemia no ensino, o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira) revelou dados preocupantes sobre o desempenho dos alunos brasileiros. Embora os resultados de 2024 tenham ficado abaixo das expectativas gerais, o maior ponto de preocupação é o ensino médio.
Os estudantes da 3ª série do ensino médio enfrentam dificuldades significativas, como calcular percentuais de reajuste, entender o objetivo principal de uma notícia e reconhecer humor ou ironia em uma crônica. Segundo especialistas, “são jovens que não dominam conceitos básicos de proporção matemática e, portanto, terão dificuldades em lidar com situações práticas como empréstimos e compras parceladas. Além disso, na língua portuguesa, têm problemas em interpretar textos e distinguir entre textos de opinião, notícias e informações falsas.”
A média do Ideb para a rede pública de ensino no Brasil foi de 4,1. Comparativamente, estados com situações socioeconômicas desafiadoras, como o Ceará e Pernambuco, apresentaram resultados melhores que o de São Paulo, que teve uma média de 4,2. No Ceará, a média foi de 4,4 e em Pernambuco, 4,5.
De acordo com Corrêa, “esses estados, apesar de serem muito mais pobres que a média nacional, têm priorizado uma gestão focada na aprendizagem. Eles investem no ensino médio em tempo integral, onde os alunos passam de cinco para sete, oito ou até nove horas na escola, com um currículo mais atraente e engajador, em contraste com o currículo tradicional e expositivo ainda prevalente em muitas escolas.”
Fonte: G1