Canadá vai revisar encomenda de caças americanos em meio à disputa com Trump

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Novo primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, questinou contrato do país para compra de 88 caças F-35 no valor de US$ 13,2 bilhões.

O recém empossado primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, ordenou uma revisão do contrato do país com a empresa americana Lockheed Martin para a compra de caças F-35, em uma nova frente na disputa entre os dois países. A decisão vem em resposta às tarifas e à retórica expansionista do presidente . Horas após tomar posse nesta sexta-feira, 18, o ex-banqueiro pediu ao ministro da Defesa, Bill Blair, que trabalhasse com as forças armadas para determinar se o contrato do F-35, como está, é o melhor investimento para o Canadá. Também solicitou que fossem analisadas “outras opções” que pudessem “atender melhor às necessidades do Canadá”, afirmou um porta-voz do ministério por e-mail.

O acordo de US$ 13,2 bilhões (cerca de R$ 75,5 bilhões) para a compra de 88 caças F-35, para substituir a frota envelhecida de aviões de guerra do Canadá, foi finalizado em 2023. Na ocasião a Lockheed superou a Saab AB e a Boeing na disputa pelo contrato. Com pagamento dividido em parcelas, o Canadá fez um compromisso legal de financiar os primeiros 16 caças.

O contrato não foi formalmente cancelado, mas o Canadá informou que irá “garantir que o acordo em sua forma atual seja do melhor interesse dos canadenses e das Forças Armadas canadenses”, acrescentou o porta-voz. Blair comentou o tema pela primeira vez em uma entrevista à rede de televisão Canadian Broadcasting, na sexta-feira. A Lockheed Martin não respondeu a um pedido de comentário feito pela Bloomberg.

O Canadá enfrenta uma pressão crescente para cumprir seu compromisso de gastar 2% do Produto Interno Bruto (PIB) com a indústria de defesa, em meio a reclamações de Trump sobre a dependência do país em relação aos EUA. A meta canadense, no entanto, se torna mais desafiadora, no entanto, em um momento em que Trump impôs tarifas pesadas e ameaçou usar “força econômica” para transformar o país no 51º estado americano.

Durante a corrida pela liderança do Partido Liberal do Canadá, Carney disse que o Canadá deveria redirecionar seu orçamento militar, em vez de depender dos EUA. “Eu gastarei os recursos de defesa no Canadá, não os 80% que este governo gastou nos até agora”, afirmou durante um debate sobre liderança em fevereiro. Outros países também estariam reconsiderando alternativas aos contratantes dos EUA. está considerando opções para substituir seus atuais caças F-16, com o ministro da Defesa em fim de mandato, Nuno Melo, citando “a previsibilidade de nossos aliados” e referindo-se à “posição recente dos EUA no contexto da OTAN” como considerações, de acordo com um relatório do Publico na quinta-feira.

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