Preocupações das autoridades monetárias globais estão sobre “o que acontece na alimentação e na energia a partir daqui, e também sobre os preços dos serviços”, diz presidente do BC
As principais conversas nos encontros do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial foram sobre de onde virá a desinflação daqui para a frente, afirmou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante evento do Bank of America, em Washington.
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— Quando você olha o cenário global, você vê que houve uma contribuição grande da alimentação e da energia (para a primeira fase de desinflação). E quando você olha para o núcleo da inflação, ele convergiu, mas ainda é muito mais alto do que a média quando você olha para o passado — ele disse.
Segundo o presidente do BC, as preocupações das autoridades monetárias globais estão sobre “o que acontece na alimentação e na energia a partir daqui, e também sobre o que acontece com os preços dos serviços”.
— Quando olhamos para as economias avançadas, vemos que houve uma convergência da inflação. Às vezes, vejo muito pessimismo, mas no final, a inflação está convergindo — afirmou Campos Neto.
Para o presidente do BC, o problema é o que acontece “nesta última milha”:
— A última milha é difícil, é importante ter certeza de que você converge a inflação para a meta — disse o dirigente brasileiro.