No ano em que a regulamentação da carreira de corretor de imóveis completa 62 anos, a profissão está passando por um notável crescimento. A recente cobertura da mídia revelou o crescente interesse de ex-atores globais, como Marcelo Antony, que agora atua como “consultor imobiliário de luxo” em Lisboa. Segundo Antony, a atração pela profissão vem dos altos rendimentos, que superam até mesmo os salários das novelas, embora ele já tivesse interesse na área.
Aquecimento do Mercado e Expansão do Número de Profissionais
Em períodos de mercado aquecido, a área imobiliária se torna atraente para muitos. O Imobi Report revelou que, nos últimos cinco anos, o número de corretores aumentou 44%. Em 2018, havia 383 mil profissionais ativos no Brasil; ao final de 2023, esse número saltou para 554 mil, conforme dados do Cofeci (Conselho Federal de Corretores de Imóveis). Comparado a 2022, o crescimento foi de 8%.
Distribuição Regional dos Corretores
Em 2023, foram registrados 42.436 novos corretores no Cofeci, o que equivale a uma média de cinco novos profissionais por hora ou 116 por dia em todo o país. São Paulo lidera com 181 mil corretores ativos, representando quase 33% do total. O Rio de Janeiro vem em segundo lugar, com 58 mil corretores (10%), seguido por Santa Catarina, com quase 44 mil (8%). Apesar de ser apenas o 10º estado mais populoso do Brasil, Santa Catarina destaca-se pela alta densidade de corretores, com um profissional para cada 174 habitantes.
Taxa de Cancelamentos e Desistências
Embora o setor esteja crescendo, também enfrenta um número significativo de desistências. Em 2023, o Cofeci registrou 20.457 cancelamentos, enquanto 42.436 novos corretores foram admitidos. Em 2022, houve 47.589 novos registros e 18.185 cancelamentos. A proporção de corretores ativos nos últimos cinco anos variou entre 62% e 65%, com cancelamentos representando entre 35% e 38%. Em 2023, a taxa de cancelamentos foi a mais baixa do período, com 35%.
Qualificação e Desafios para os Corretores
Uma pesquisa recente sobre a qualificação dos corretores, realizada pela CUPOLA e pelo IBREP, revelou que 77% dos entrevistados acreditam que um bom corretor deve conhecer bem cidades, regiões e bairros. Outros 73% destacam a importância do conhecimento sobre legislação de intermediação, e 68,7% ressaltam a necessidade de familiaridade com os imóveis da cidade. Apesar disso, 57% dos entrevistados discordam que os corretores estão suficientemente qualificados, e 69,7% consideram a preparação atual como “ruim” ou “muito ruim”. As principais limitações apontadas incluem falta de conhecimento técnico, ética e atualização profissional.
O Futuro da Profissão
Especialistas preveem que, no futuro próximo, os corretores se tornarão consultores especializados, auxiliando compradores, vendedores e locatários a navegar pelas complexidades do mercado imobiliário. Michel Prado, sócio e diretor de Educação da CUPOLA, destaca que o aumento do número de profissionais torna o mercado mais competitivo, exigindo maior investimento em educação e capacitação. “A pesquisa mostra que há muito a melhorar na formação dos corretores de imóveis. A educação continuada é essencial para elevar a qualidade do mercado imobiliário”, conclui.
Fonte: Imobi Report