Kamala Harris precisa de uma quantia significativa de dinheiro para sua campanha. Felizmente, seu histórico como vice-presidente pode ser um grande auxílio. Desde o lançamento de sua campanha, cerca de cem dias antes da eleição, Harris arrecadou US$ 200 milhões (R$ 1,13 bilhões, na cotação atual) apenas na primeira semana, ajudando a fechar a lacuna de US$ 32 milhões (R$ 181 milhões) entre a campanha do então candidato Joe Biden e o fundo de guerra de Donald Trump.
Harris também conquistou o apoio de bilionários como Melinda French Gates, Sheryl Sandberg e Reed Hastings. No início da eleição de 2020, quando concorreu à presidência como vice na chapa democrata, ela recebeu mais doações de bilionários e seus parceiros do que qualquer outro candidato.
Até setembro de 2019, 47 bilionários e seus apoiadores haviam contribuído para a campanha presidencial de Harris, segundo uma análise da Forbes dos registros da Comissão Eleitoral Federal. O segundo candidato em arrecadação era seu colega senador democrata Cory Booker, que havia recebido doações de 45 bilionários. Na mesma época, 44 bilionários ou seus patrocinadores doaram para o eventual vencedor, Joe Biden.
Embora o desempenho passado não garanta resultados futuros, a campanha de Harris pode receber um impulso financeiro significativo se esses bilionários retornarem em 2024. No entanto, três dos doadores bilionários de Harris em 2020 faleceram desde a última eleição.
Dos 44 bilionários restantes, 26 (ou 60%) já contribuíram para a reeleição de Biden até 30 de maio, cerca de dois meses antes de ele desistir da disputa e Harris assumir a liderança da chapa e sua base de fundos de campanha. A campanha de Trump entrou com uma objeção sobre a transferência dos fundos de campanha de Biden para Harris, embora especialistas afirmem que a transferência é legal e a questão pode ser resolvida apenas após a eleição. Todos, exceto um desses doadores, já atingiram o limite máximo permitido por lei para contribuições a uma campanha presidencial: US$ 3.300 (R$ 18.645) para as primárias e mais US$ 3.300 para a eleição geral.
No total, as doações para Kamala Harris somam US$ 162 mil (R$ 915,3 mil). Entre os apoiadores notáveis de Harris em 2020 que também contribuíram para a reeleição de Biden estão o cofundador do LinkedIn, Reid Hoffman (que também destinou US$ 7 milhões ou R$ 39,55 milhões adicionais para um PAC pró-Biden nesta primavera), o diretor Steven Spielberg e a viúva de Steve Jobs, Laurene Powell Jobs. Susan Pritzker, esposa dos herdeiros do Hyatt Hotels, Nicholas Pritzker II, doou apenas US$ 3.300 para Biden, o que lhe permite contribuir com mais US$ 3.300 para Harris.
Além disso, há 18 bilionários e seus parceiros que doaram para Harris em 2020, mas não contribuíram para a reeleição de Biden. Se todos eles retornassem e contribuíssem com o máximo permitido de US$ 6.600, isso acrescentaria mais US$ 125 mil (R$ 706 mil) aos cofres de Harris. Entre esses bilionários estão o diretor George Lucas e o fundador do Craigslist, Craig Newmark, que apoiaram Harris antes de transferirem seu apoio para Biden em 2020, mas não doaram para Biden em 2024.
O verdadeiro impacto financeiro que esses bilionários podem ter na campanha de Harris não vem apenas das contribuições diretas, mas também de doações para outros grupos políticos que atuam em seu nome. Por exemplo, Reed Hastings já investiu US$ 7 milhões e Reid Hoffman declarou à CNN que está “redobrando” seus esforços. Na eleição anterior, 230 bilionários doaram US$ 691,8 milhões (R$ 3,5 bilhões) para apoiar Biden na semana que antecedeu a votação, enquanto 133 bilionários contribuíram com US$ 459,7 milhões (R$ 2,6 bilhões) para Trump.
Pelo menos um doador que já atingiu o limite para Biden parece disposto a contribuir ainda mais para Harris. Na terça-feira, Lauren Santo Domingo, cofundadora da varejista de luxo Moda Operandi e esposa do bilionário Andrés Santo Domingo, publicou uma foto no Threads com o vice-presidente e a legenda: “Ela. Nós. Você!”
Fonte: Forbes Brasil