O Banco do Brasil (BBAS3) conquistou a primeira posição como a ação mais indicada para investidores interessados em dividendos. Uma pesquisa realizada pela UOL, envolvendo 15 instituições financeiras desde abril, revelou que o banco estatal recebeu recomendações de compra de dez delas, superando outras 36 empresas listadas.
A estratégia de distribuição de dividendos do Banco do Brasil, conhecida por sua consistência, tem sido um fator fundamental para sua valorização no mercado. Recentemente, a gestão do banco aumentou o payout de 40% para 45%, uma política que se espera que seja mantida até 2025.
Na disputa intensa pela preferência dos investidores, Vale (VALE3) e Telefônica Brasil (VIVT3) ocupam a segunda posição com oito recomendações cada. Vale ressaltar que, até maio, a Vale liderava o ranking, mas foi ultrapassada pelo Banco do Brasil. Petrobras (PETR4) aparece em terceiro lugar com sete indicações.
Posição forte no agronegócio e crédito consignado
Com uma das maiores carteiras de crédito do país, detendo mais de 20% do mercado, o Banco do Brasil se destaca também em financiamentos para o agronegócio, com uma participação de 53,7% nesse segmento. Além disso, tem uma presença significativa no mercado de crédito consignado, com 21%.
Segundo a Guide Investimentos, o Banco do Brasil possui uma extensa rede de distribuição, com aproximadamente 3.900 agências, 1.800 postos de atendimento e 800 agências digitais e especializadas, cobrindo 96,6% dos municípios brasileiros.
Desempenho financeiro consistente
Os resultados financeiros robustos do Banco do Brasil, incluindo lucros e receitas recordes, consolidam sua atratividade como investimento. Milton Rabelo, analista do setor financeiro da VGResearch, sugere a compra das ações BBAS3, com um preço-teto estimado em R$ 30,60 e um retorno de dividendos previsto de 10% nos próximos doze meses.
Riscos e perspectivas
Entretanto, existem fatores de risco que podem influenciar o desempenho futuro da instituição. Entre eles, a inadimplência no segundo semestre pode aumentar, especialmente nos setores agrícola e de consumo. No entanto, os especialistas não veem essa perspectiva como alarmante.
Uma desaceleração econômica poderia afetar negativamente as projeções de lucro líquido ajustado do Banco do Brasil para 2024, estimadas em R$ 37 bilhões, mantendo o retorno de dividendos entre 10% e 11% nos próximos dois anos.
Max Bohm, estrategista de ações da Nomos, minimiza o potencial impacto das recentes tragédias no Sul sobre o banco, destacando a diversificação da carteira de crédito da instituição. Ele também aponta a interferência política como um risco contínuo, mas acredita que a governança fortalecida do banco reduziria tal possibilidade. Bohm igualmente prevê um retorno de dividendos de 10%, mantendo a recomendação de compra para BBAS3.