Com o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos , a Azul anunciou uma revisão em seu plano de negócios. A frota futura será reduzida em 35%. No fim de março, a empresa tinha 184 aeronaves de passageiros em operação, segundo dados do balanço do primeiro trimestre.
O pedido de recuperação judicial era esperado pelo mercado, mas os investidores reagiram negativamente. As ações da companhia chegaram a cair 12% no Brasil logo após a abertura da Bolsa e 30% no exterior, antes da abertura do pregão em Nova York. Por volta das 12h30, os papéis operavam com estabilidade.
O objetivo de diminuir a frota é “melhorar a resiliência e reduzir o risco geral, a exposição cambial e a alavancagem”, de acordo com a apresentação aos investidores, enviada pela Azul à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
As companhias aéreas costumam arrendar sua frota, o que eleva custos com leasing. Essa é, inclusive, uma das razões pelas quais elas pedem recuperação judicial nos EUA , onde as dívidas com esse tipo de credor são automaticamente suspensas quando o processo é iniciado.
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Receita menor a partir de 2026
A Azul também revisou para baixo a previsão de receita para os próximos anos. Em 2025, ela segue mantida em R$ 22 bilhões, mas, para 2026, a expectativa passou de R$ 24,6 bilhões para R$ 23,1 bilhões. Já em 2027, passou de R$ 27,9 bilhões para R$ 24,9 bilhões.
Apesar da expectativa de redução da frota, a companhia ressaltou que suas operações e vendas de bilhetes seguem normalmente, sem alterações para os passageiros. O programa de fidelidade também não será alterado. Benefícios e opções de resgate de pontos estão reservados.
Com o novo pedido, a Azul estima reduzir as obrigações com arrendamentos de aeronaves em US$ 744 milhões entre 2025 e 2029.
Segundo a empresa, a reestruturação prevê US$ 1,6 bilhão em financiamento e até US$ 950 milhões em novos transportes de capital. A companhia disse ainda que a recuperação judicial vai eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas
Fim da recuperação em até um ano
A expectativa é que o processo de recuperação judicial nos EUA seja finalizado entre o fim deste ano ou início de 2026, de acordo com uma fonte do setor.
Segundo técnicos da Secretaria de Aviação Civil (SAC), ligados ao Ministério de Portos e Aeroportos, a possibilidade de recuperação judicial era esperada, após a empresa anunciar prejuízo de R$ 1,8 bilhão no primeiro trimestre de 2025.