Comprar um imóvel é uma das decisões mais importantes na vida de muitas pessoas. É comum iniciar a busca tendo em mente o valor do metro quadrado como principal parâmetro, mas essa prática nem sempre reflete o verdadeiro custo-benefício. Aspectos como localização, segurança, infraestrutura e qualidade de vida no entorno precisam ser considerados para que o investimento seja realmente vantajoso.
Quando se fala em valor de um imóvel, não se deve restringir o raciocínio apenas ao preço do metro quadrado. Ele é um indicador relevante, mas está longe de ser o único que determina se uma compra vale a pena. Por exemplo, dois apartamentos com preços semelhantes por metro quadrado podem ter realidades de manutenção, administração de condomínio e valorização futura totalmente diferentes.
De acordo com estudos realizados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), fatores como infraestrutura urbana e acessibilidade são decisivos na valorização de um bairro ao longo do tempo. Já a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) aponta que, mesmo em grandes centros, regiões planejadas e com facilidades de transporte tendem a ter uma taxa de ocupação maior e, consequentemente, mais estabilidade de preços. Essas informações reforçam a importância de olhar além do simples cálculo de custo por metro quadrado.
Um relatório do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) destaca que a sensação de segurança e a oferta de espaços públicos de qualidade impactam diretamente no bem-estar dos moradores e na valorização imobiliária. Morar perto de praças, parques, escolas e hospitais agrega valor ao imóvel e pode trazer economias significativas no médio e longo prazo, seja em deslocamentos ou em saúde e lazer.
Outro ponto relevante é o custo de manutenção. Um imóvel mais antigo, por exemplo, pode demandar reformas frequentes que pesam no orçamento, reduzindo as vantagens do preço por metro quadrado. É fundamental verificar se a construção está em dia com manutenções, se há obras pendentes no condomínio e até mesmo se existe um fundo de reserva suficiente para lidar com emergências estruturais.
Segundo o Secovi-SP (Sindicato da Habitação), imóveis próximos a centros comerciais, universidades e vias de transporte rápido tendem a ter maior liquidez, ou seja, são vendidos e alugados com maior facilidade. Isso não apenas ajuda na valorização ao longo dos anos, como também diminui a possibilidade de depreciação abrupta em momentos de crise econômica, reforçando que a localização é um fator-chave para quem compra pensando no futuro.
Além dos dados de mercado, é preciso considerar as necessidades pessoais: se você tem filhos, pode priorizar regiões com boas escolas ou parques; se deseja investir, talvez um bairro em ascensão seja a melhor escolha. O metro quadrado é apenas uma das variáveis. Cada comprador tem expectativas e necessidades únicas, e o mercado oferece diferentes tipos de oportunidades e perfis de imóvel.
Em suma, ao adquirir um imóvel, é fundamental analisar o contexto completo. Questões como infraestrutura, segurança, perspectivas de valorização, estado de conservação e, claro, o preço por metro quadrado, devem ser balanceadas de forma equilibrada. Essa avaliação multifatorial permite uma decisão mais assertiva e garante que o imóvel escolhido seja, de fato, um bom negócio — tanto para morar quanto para investir.
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