Apesar de ser o líder da Igreja Católica e a principal autoridade política do Vaticano, o papa não possui um salário fixo. Em vez disso, todas as suas despesas são custeadas pelo Instituto para as Obras de Religião — o Banco do Vaticano. Segundo Fernando Roberto de Freitas Almeida, coordenador de Relações Internacionais do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF), o papa Francisco, por exemplo, tinha direito a um pagamento mensal de US$ 32 mil, mas optou por não recebê-lo. “Ele levou a sério seus votos de pobreza desde o início do papado”, afirma Almeida.
- LIDE Paraíba promove debate sobre o futuro do trabalho e os impactos da saúde emocional nas empresas
Cerca de metade dos recursos do Banco do Vaticano vêm de doações feitas por fiéis do mundo todo, conhecidas como Óbolo de São Pedro. A outra parte vem de investimentos imobiliários na Europa, da venda de selos e moedas — impulsionada pelo comércio online — e da cobrança de ingressos para museus e visitas guiadas.
Almeida também destaca o papel de Francisco na promoção da transparência financeira durante seu pontificado. O papa comparecia regularmente ao Banco do Vaticano para acompanhar a gestão dos recursos, buscando corrigir desvios e más práticas. Estima-se que a Igreja Católica administre mais de 1,4 bilhão de euros em fundos de justiça social ao redor do mundo.
E o dízimo, ainda é obrigatório?
De acordo com Filipe Domingues, professor da Pontifícia Universidade Gregoriana e especialista em Vaticano, o dízimo tem origem na tradição judaica, mas hoje não é uma exigência formal na Igreja Católica. “A Igreja apenas recomenda que os fiéis contribuam com parte de sua renda, sem estabelecer um percentual fixo, já que os sacerdotes dependem dessa ajuda para sua subsistência”, explica.
Mesmo sem o caráter obrigatório, as contribuições dos fiéis ainda têm papel relevante no financiamento da Igreja e do próprio Óbolo de São Pedro, como ressalta Almeida.
Qual é o papel do papa na política e na religião?
O papa exerce uma função dupla: é chefe de Estado do Vaticano — território independente — e líder espiritual da Igreja Católica. No campo político, ele tem grande influência internacional, atuando como referência moral em questões globais. Já na esfera religiosa, sua autoridade vem da tradição que reconhece o apóstolo Pedro como o primeiro papa e representante direto de Jesus Cristo.
Segundo Domingues, o papa é o principal responsável por guiar a doutrina da Igreja. “Ele é a autoridade máxima para decisões teológicas e mudanças nos rituais litúrgicos”, complementa Almeida
Redação com informações do Valor Econômico
Receba todas as notícias do Paraíba Business no WhatsApp