Os acionistas da petrolífera americana Hess aprovaram a aquisição da empresa pela Chevron em um negócio avaliado em US$ 53 bilhões (R$ 273 bilhões), informou a empresa em comunicado. Inicialmente, as ações caíram, mas depois se recuperaram, subindo até 1%.
“Estamos muito satisfeitos com o fato de a maioria de nossos acionistas reconhecerem o valor atraente dessa transação estratégica”, disse o CEO John Hess.
A confirmação do acordo é uma grande vitória para a Chevron e para o CEO Mike Wirth, que procurou garantir uma fatia na maior descoberta de petróleo da última década, adquirindo a Hess e sua participação de 30% em um campo da Guiana.
Nos dias que antecederam a votação, John Hess, o CEO mais antigo do setor de petróleo, fez lobby pessoalmente junto aos acionistas para que apoiassem o acordo.
A transação ainda precisa passar pela Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC na sigla em inglês) bem como pelo processo de arbitragem em andamento movido pela Exxon sobre o controle da participação da Hess no campo da Guiana. A Exxon disse que o processo pode se arrastar até 2025.
Os investidores da Hess, incluindo a HBK Capital Management Group e a D.E. Shaw & Co., anunciaram publicamente seus planos de se abster da votação, sob a alegação de que o prêmio da aquisição era insuficiente para levar em conta o risco da arbitragem que a Exxon apresentou sobre a Guiana em março.
A Exxon afirmou que tem o direito de preferência sobre o ativo mais valioso da Hess – a participação em um campo de 11 bilhões de barris na costa da Guiana – que é operado e 45% de propriedade da gigante do petróleo do Texas.
Para a Chevron, a adição dos ativos da Hess tem como objetivo deter as preocupações dos investidores sobre as perspectivas de crescimento de longo prazo da perfuradora californiana.
A votação também é um marco para John Hess, 70 anos, cujo pai fundou a empresa há quase um século. John Hess controla cerca de 10% das ações ordinárias da empresa e assumirá um assento no conselho da Chevron após a conclusão do negócio.